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Ciberinfra-estrutura
e o papel das redes de comunicação
Michael Stanton
Instituto
de Computação,
Universidade Federal Fluminense - UFF,
Niterói, RJ.
Director of Innovation to the
Brazilian National Research and Education
Network (RNP)
Resumo O desenvolvimento
acelerado em anos recentes das tecnologias de informação e comunicação
(TICs) possibilitou a ampla decolagem de e-ciência,
caracterizada como ciência orientada a coleções de dados e colaboração
remota, e dependente da utilização maciça e compartilhada de ciberinfra-estrutura,
conhecido em inglês como cyberinfrastructure ou e-infrastructure. Esta infra-estrutura
de TICs agrega grande capacidade computacional e de armazenamento de dados, provida hoje em dia por grandes clusters de processadores e amplos
sistemas de gerenciamento de dados. Também poderão fazer parte desta
infra-estrutura instrumentação científica, tais como telescópios,
microscópios e redes de sensores. Para reduzir custos,
promove-se o compartilhamento desta infra-estrutura, através da tecnologia
de grades, por uma ou mais
comunidades de pesquisadores, geograficamente espalhadas, às vezes
em países e continentes diferentes.
Middlewares de
grades foram criados facilitar a alocação e escalonamento destes
recursos distribuídos, abstraindo questões de localização e paralelismo.
Com a ajuda de técnicas de autenticação, soluções às questões de
autorização, controle de acesso e contabilização do uso dos recursos
compartilhados possibilitam a colaboração de pesquisadores de várias
instituições diferentes. As
redes de comunicação
fazem parte fundamental da ciberinfra-estrutura, provendo os meios
para o acesso
remoto aos demais componentes. O emprego maciço de tecnologias ópticas
nas redes de pesquisa aumentou enormemente a capacidade destas redes,
facilitando a colaboração remota entre cientistas, que podem agora
usufruir de recursos dedicados e previsíveis de comunicação em apoio às
suas pesquisas. Tais recursos, em forma de circuitos fim-a-fim entre
laboratórios científicos, convivem com a comunicação de pacotes IP
nas redes híbridas que caracterizam a nova geração das redes de pesquisa.
O papel fundamental
da comunicação neste cenário
se traduz em mudanças no seu aprovisionamento e gerenciamento. Ao
invés do tradicional gerenciamento de redes realizado de forma opaca
por provedores de redes, tende-se a incorporar no middleware de grades mecanismos de controle e monitoramento
de recursos de comunicação, ou seja, a comunicação se torna mais
um recurso escalonável dos usuários de
grades. Isto permite, por exemplo, que o cientista faça reserva antecipada
de capacidade de comunicação junto com sua reserva de acesso aos
recursos computacionais remotos, e monitore o desempenho da comunicação,
através de interfaces específicas do seu middleware.
Ilustraremos
a palestra com exemplos existentes e projetados de ciberinfra-estrutura
corrente.
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