O Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) se caracteriza, desde sua fundação em 1970, pelo pioneirismo. Nele foram desenvolvidos o primeiro computador paralelo nacional, o primeiro banco de dados relacional nacional, um sistema de vídeo on-demand utilizado na Universidade Aberta do Brasil, a primeira patente brasileira concedida a um pesquisador de Computação, o primeiro site da World Wide Web no Brasil, um interpretador Prolog utilizado mundialmente e vários outros projetos relevantes tanto para a comunidade científica quanto para a sociedade em geral.

O PESC é um dos 13 programas que integram o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), encontrando-se em situação privilegiada no quadro nacional de pesquisa em Computação por estar sediado em uma unidade acadêmica que congrega diversos programas de nível seis e sete na CAPES de diversas áreas da Engenharia.

Nossa história demonstra um forte alinhamento com as políticas nacionais de ciência e tecnologia, além de uma liderança na busca de novos caminhos para os problemas de computação. Na década de 70 participamos intensamente do processo de formação interna e rápida absorção de tecnologias do exterior, por meio da contratação de professores estrangeiros e formação de mestres e doutores que se tornaram a semente de muitos outros cursos de pós-graduação no país.

Na década de 80 o PESC buscou se consolidar pelo estabelecimento de linhas de pesquisa que representam a espinha dorsal da computação, montando grupos de pesquisadores em cada linha de forma a cobrir de maneira ampla, no Programa, a pesquisa nas áreas: Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais, Banco de Dados, Otimização, Engenharia de Software, Computação Gráfica, Inteligência Artificial e Informática e Sociedade.

Na década de 90, já com vinte anos, o PESC se consolidou como uma instituição respeitada, que continuava a servir na formação professores para outros cursos no país, sendo responsável pela nucleação de pesquisadores em importantes universidades e centros de pesquisa do país e em quase todos os países da América Latina. Novas áreas de pesquisa passaram a ser contempladas também: Algoritmos e Combinatória e Redes de Computadores. Nessa década também se cristalizou o amadurecimento dos objetivos do programa em direção ao aumento da qualidade da produção.

Na primeira década do século XXI, o PESC se colocou o desafio de se tornar o primeiro programa nível sete na CAPES na área de Ciência da Computação. Para isso desenvolveu uma análise detalhada de sua produtividade e tem constantemente proposto políticas de incentivo aos alunos, além de se preocupar em fornecer um ambiente de trabalho que induza a produção científica.

Com 50 anos o PESC se coloca como desafio ser reconhecido como o melhor programa de pós-graduação da América Latina, sendo também reconhecido internacionalmente entre os melhores programas do mundo. Para tanto, nossas metas imediatas envolvem desafios como aumentar ainda mais o número de professores pesquisadores do CNPq, participar ativamente da comunidade, convocando seus professores a aceitar posições de destaque nos comitês e organizações relativas à computação no Brasil e no mundo, estabelecer sólidas colaborações internacionais e continuar formando novos professores e cursos de computação no país.

A visão do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da COPPE/UFRJ é ser reconhecido como o melhor programa de pós-graduação em Computação da América Latina, tendo seu nome reconhecido internacionalmente como um dos melhores do mundo. Com o foco nessa visão, a busca da qualidade tem guiado todo o nosso trabalho, desde 1970, por meio de discussões seguidas no Colegiado do Programa sobre o papel do Programa no Brasil e no mundo. Além disso, o Programa adota já há bastante tempo um processo de avaliação interna, padronizada para toda a COPPE, que nos permite não só avaliar nossa produtividade e qualidade como também compará-la com outros 13 programas de pós-graduação, dos quais nove entre os níveis seis e sete da CAPES. Nossos professores buscam constantemente atender os altos padrões internos de publicação e os padrões externos de qualidade, principalmente os estabelecidos pela CAPES e pelo CNPq. Como resultado, grande parte de nossos professores é pesquisador do CNPq ou produz em nível equivalente, além de vários terem sido agraciados com bolsas da FAPERJ (Cientista de Nosso Estado e Jovem Cientista de Nosso Estado) e com premiações ou projetos de nível internacional. Isso se reflete diretamente nos últimos resultados de avaliação. Fomos novamente considerados nota sete pela CAPES na última avaliação trienal e estamos desde o princípio no PROEX. Também podemos analisar o reflexo dessa busca pela qualidade nas avaliações pessoais de nossos professores.

Dos 41 professores permanentes do quadro, 23 possuem bolsa de pesquisador do CNPq. Desses, cinco possuem grau 1A (a maior taxa do país de pesquisadores 1A), oito entre 1B e 1D e dez grau 2. Além disso, oito de nossos professores recebem a bolsa Cientista de Nosso Estado e dois a bolsa Jovem Cientista de Nosso Estado, fornecidas pela FAPERJ a pesquisadores de alta produtividade no quadro estadual. Some-se a isso o fato de que 16 professores já realizaram pós-doutorado no exterior com Bolsa da CAPES. No tocante a prêmios e distinções, temos quatro professores agraciados com a Ordem do Mérito Científico, o Prêmio Álvaro Alberto de Ciência e Tecnologia, além de membros titulares da Academia Brasileira de Ciências.

Grupos interdisciplinares e multi-institucionais destinados ao estudo de Biologia Computacional, Mineração de Dados, Informática Médica, Computação Paralela e Telecomunicações foram criados para manter o Programa sempre acompanhando e contribuindo com as tendências da pesquisa mundial. Entre essas linhas e grupos são desenvolvidos diversos temas de pesquisa, que veem se renovando constantemente com o avanço da Computação. Nos últimos anos surgiram novos tópicos, como, entre outros: Tratamento da Sobrecarga da Informação, Trabalho Cooperativo Assistido por Computador, Engenharia de Software Experimental, Modelagem de Funções Cerebrais, Redes Complexas, Vida Artificial, Aprendizado Estatístico Relacional, Protocolos para Redes Multimídia e Vídeo sob Demanda, Workflow Científico, Bioinformática, Uso de Otimização em Problemas de Saúde Pública (Dengue), Sistemas P2P, Protocolos de Comunicação orientados a Interesses, Redes Sociais, Redes de Sensores sem Fio, Virtualização de Serviços WEB - Cloud Computing, e Jogos de Computador. A Previsão é que novos tópicos continuem surgindo à medida que a Computação avança.

Esses e outros novos temas caracterizam o principal desafio do PESC: a manutenção de sua posição de pioneirismo nas novas áreas de pesquisa onde a computação se faz presente, como fundamento ou como instrumento, em um mundo globalizado e de dinâmica imprevisível.

 

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